O ministro de Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, demonstrou nesta terça-feira (21) um cauteloso interesse no plano da China para um acordo de paz que visa encerrar a guerra com a Rússia, mas alertou que o tratado deve respeitar a integridade territorial de seu país.

Kuleba disse que teve uma conversa com o chefe da diplomacia da China, Wang Yi, à margem da Conferência de Segurança em Munique, no sábado (18), na qual o diplomata chinês lhe deu mais detalhes sobre a proposta.

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“Ele compartilhou comigo os elementos-chave do plano de paz”, contou. No entanto, acrescentou que seu governo espera “receber o texto, porque não é algo sobre o qual se possa tirar conclusões depois de ouvido”.

A Ucrânia divulgou o seu próprio plano de paz com 10 itens, que exigem a retirada total das tropas russas do território ucraniano e a ação de um tribunal internacional para condenar o país por sua agressão.

Kuleba também adicionou que o governo do presidente Volodimir Zelensky acredita que esse projeto continua sendo “um caminho abrangente, conciso e eficiente a ser seguido” e que também é a “prioridade máxima”.

Apesar disso, destacou pelo menos um aspecto das propostas traçadas pela China.

“Acredito que há um elemento comum à Ucrânia e a China, que é o princípio da integridade territorial”, disse.

Anteriormente, os Estados Unidos haviam alertado, em mensagem reiterada pelo secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, que a China poderia estar se preparando para apoiar a Rússia com equipamentos “letais”.

Kuleba, por sua vez, argumentou que, como o país asiático valoriza o princípio da integridade ucraniana, não deveria fazer nada para ajudar “a Rússia a destruir a integridade territorial da Ucrânia”.

Em coletiva de imprensa realizada em Pequim, o ministro das Relações Exteriores chinês, Qin Gang, afirmou que a China está “profundamente preocupada” com o conflito na Ucrânia, que está “se intensificando e até mesmo saindo do controle”.

O país mais populoso do planeta anunciou que apresentará, ainda nesta semana, a proposta de paz, a tempo do aniversário da ofensiva russa, que completa um ano no dia 24 de fevereiro.