Ao menos três navios carregados com o Modelo 3 da Tesla estão à caminho da China com previsão de chegar antes do fim deste mês. A Tesla está correndo contra o tempo para embarcar o máximo de unidades possíveis antes do fim da trégua comercial entre os Estados Unidos e a China, no dia 1º de março. Os executivos temem que uma nova elevada nos preços de importações prejudiquem os negócios internacionais.

Outras montadoras correm o risco de ver as despesas aumentarem novamente se a disputa entre Donald Trump e Xi Jinping aumentar. Mas Elon Musk está na posição mais aguda do setor. Gigantes globais, como a BMW AG e a Daimler AG, da Mercedes-Benz, podem mexer nas tarifas aumentando a produção nas fábricas existentes na China, mas a presença da Tesla no país asiático é apenas um projeto. A empresa não deve montar nenhum veículo até o fim deste ano, levando em conta as projeções mais otimistas.

Trump e Xi concordaram com uma trégua de 90 dias em dezembro passado. Os EUA disseram que adiarão o aumento planejado da tarifa – de 10% para 25% – em quase metade dos bens que compra da China, avaliados em cerca de US$ 200 bilhões. Enquanto as autoridades negociam desde então, Trump disse que ele e Xi não se encontrarão novamente antes de 1º de março.

Na terça-feira, Trump disse que está aberto a estender o prazo se os dois lados estiverem próximos de um acordo. A China afirmou que a suspensão de uma tarifa adicional de 25% sobre automóveis e peças dos EUA será aplicada até o final de março. Durante meses antes da trégua, a China havia aumentado os impostos de carros norte-americanos em até 40%.

Se a guerra comercial aumentar ainda mais, a Tesla pode transferir parte de sua cadeia de fornecimento para outros países da Ásia ou para o México, onde já possui vários fornecedores estabelecidos e que não estão no pacote de sansões do governo chinês.