A educação financeira é a disciplina do planejamento, da tomada de decisões baseadas em cenários e da renda passiva, mas o mais importante é o hábito e o comportamento que melhoram a relação com o dinheiro e consequentemente com o poder de compra. 

Sou adepto da política de não remover disciplinas para incluir a educação financeira nas escolas. Acredito que, quanto mais tempo as crianças passarem nas escolas, maior será nosso legado para a sociedade e aumentaremos a verdadeira concepção de meritocracia, pois cada vez mais igualaremos o contato das crianças com as diferentes áreas do conhecimento. 

Nesse sentido, sou a favor de termos matérias como filosofia, antropologia, ciências políticas, aulas de cultura e arte, esportes, inglês e a educação financeira como disciplinas obrigatórias. Manter as crianças na escola em contato com diversas disciplinas interativas, psicomotoras e culturais resulta em ganhos para a formação desses indivíduos.

Falando especificamente da educação financeira, verifico vários benefícios, dentre eles a melhora na relação com o dinheiro. Desde pequenas, as crianças ouvem dos pais que dinheiro é sujo e que é necessário trabalhar para ganhá-lo, e muitas vezes esse trabalho é um fardo e afasta as crianças dos pais. 

Toda a nossa vida é movida por decisões e planejamento. A disciplina de educação financeira nos ensina que tudo está interligado em nossas vidas e que uma ação errada impacta não apenas nossa vida, mas também a vida do próximo. 

Se uma criança cresce sem essa noção, ela pode enfrentar diversos desafios e consequências em sua vida adulta. Como a má administração do dinheiro, a dificuldade em tomar decisões financeiras adequadas, a falta de sobras para investimentos e a possível vulnerabilidade a fraudes e golpes, dificultando todo e qualquer plano para alcançar metas financeiras. 

O desperdício de uma pessoa pode causar falta para outra, e o aumento da demanda por um determinado produto impactará no preço para toda a comunidade. Sem nos planejarmos, nos frustramos, ficamos com objetivos e sonhos sem metas.

Quanto mais cedo as crianças entrarem em contato com a educação financeira, mais cedo elas criarão conceitos de poupança, consumo responsável, planejamento, tomada de decisões e suas consequências. 

A educação financeira cria um círculo virtuoso em toda a família, pois a criança trará esses conceitos para dentro de casa, fazendo com que toda a família pense em poupar e mude sua relação com o ambiente que a cerca. Intimamente ligada à sustentabilidade, pois os recursos do mundo são finitos, e poupar e respeitar nossos gastos e consumo é uma forma de proteger o meio ambiente e, mais do que isso, de mudarmos o mindset de consumo que temos atualmente. 

Aprender a não deixar uma luz acesa, não desperdiçar água, não consumir mais do que o necessário não é apenas uma questão de educação financeira, mas sim de reeducar nossa sociedade.