O motorista é o elemento mais vulnerável a bordo dos veículos militares e, por isso, o Pentágono quer adaptá-los, para que sejam autônomos e funcionem sem presença humana.

Fruto das recorrentes guerras e conflitos em que se envolvem, os Estados Unidos sabem que têm um problema em mãos. Destacar tropas e equipamentos, seja num país inteiro ou apenas numa frente, implica que as pessoas sejam mantidas em locais que carecem de infraestrutura de abastecimento, obrigando à definição de logística extra para as reabastecer.

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Se quando não há ameaças o abastecimento militar é concretizado sem grandes entraves, quando elas existem o cenário escurece. As viaturas passam a ser alvos de possíveis emboscadas, de bombas que podem estar na estrada, e de ataques vindos até do céu, nas suas várias formas. Apesar de as atacadas serem as viaturas, os alvos reais são os militares que seguem dentro delas.

Embora não elimine o risco, a automatização da maquinaria asseguraria que, em caso de um ataque, só seriam postos em causa suprimentos e equipamentos, em vez da vida dos soldados, como até agora.

A Defense Innovation Unit (DIU) dos EUA estabeleceu o dia de hoje, 13 de junho, como horizonte temporal para receber ideias sobre como robotizar/automatizar a frota militar. Afinal, é da sua responsabilidade encontrar e incorporar novas tecnologias para as forças armadas americanas.

Daquela frota fazem parte veículos como os Heavy Expanded Mobility Tactical Truck ou High Mobility Multipurpose Wheeled Vehicle (HMMWV), comummente apelidados de Humvees.

Com o programa chamado Ground Expeditionary Autonomy Retrofit System (GEARS), a DIU quer que os fornecedores provem que são capazes de automatizar a condução dos veículos, com seis convertidos, um ano após a assinatura do contrato, e até 50 ou mais veículos convertidos, dois anos e meio após a assinatura do contrato. Segundo o Popular Science, este programa é o mais recente esforço do Pentágono para resolver um problema persistente, que os EUA estão já fartos de conhecer.

Substituindo os motoristas humanos dos Humvees por sistemas automatizados, será possível evitar mortes e capturas, bem como potencializar a investida americana. Isto, porque os sistemas não precisam de comer, dormir e descansar, como os humanos.

“As soluções devem ter a capacidade de operar em ambientes inerentes às operações militares. Os conjuntos de missão pedidos incluem, mas não estão limitados a, operações convoy [comboio militar], navegação waypoint e teleoperações. As soluções devem ser construídas para padrões de arquitetura aberta e serem capazes de integrar novo hardware, software e recursos, assim que forem disponibilizados”, esclareceu a DIU.

O objetivo é ter veículos autônomos, capazes de circular sem um humano no interior, por forma a proteger os militares e transformar os Humvees em simples transportadores de mercadoria, retirando o alvo da testa dos militares.