A antiga rede varejista Ricardo Eletro, que agora atende pelo nome de “Nossa Eletro”, pretende retomar as operações no varejo físico após conseguir reverter dois pedidos de falência na Justiça. O objetivo é abrir três estabelecimentos por mês até o final do ano e fechar 2023 com 25 unidades, completando 50 em 2024.

Apesar dos planos ambiciosos, a empresa ainda enfrenta dificuldades financeiras. No seu auge, o grupo contava com mais de 1,2 mil lojas, empregava quase 30 mil funcionários e faturava cerca de R$10 bilhões ao ano, disputando com as grandes companhias do setor do varejo, como Americanas, Magazine Luiza e Casas Bahia.

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Porém, a partir de 2014, a empresa entrou em um período de dificuldades e com a pandemia de Covid-19 precisou fechar todas as unidades para equilibra as contas em 2020. Foi nessa época que Pedro Bianchi, então sócio do fundo de private equity Starboard, assumiu o comando da empresa.

A Máquina de Vendas, dona da Ricardo Eletro que negocia com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional a quitação do passivo fiscal de R$1,2 bilhão, passou então para o controle da Starboard. Junta-se a esse cenário o fato de que o fundador e antigo dono da Ricardo Eletro, o empresário Ricardo Nunes, foi preso ao lado da filha, em 2020, sob a acusação de sonegação de R$400 milhões em impostos. Bianchi comprou a participação de Nunes na Máquina e o antigo dono partiu para a vida de coach e palestrante.

No controle da Máquina de Vendas, Bianchi realizou uma reestruturação total na companhia, que de 28 mil funcionários no seu auge passou a ter 40 pessoas nas suas operações. A sua gestão mudou o sistema do e-commerce para uma nova tecnologia com a ideia de que as vendas online poderiam representar o início da retomada da empresa.

Após conseguir reverter na Justiça o processo de falência em meados do ano passado e retomar as operações de marketplace nos meses seguintes, a varejista pretende retornar ao mercado físico. O CEO da companhia afirma que a abertura de novos pontos é essencial para o equilíbrio da empresa e que o dinheiro para esse investimento veio do desbloqueio de recursos penhorados pela Justiça.

O executivo também revela que a dívida da empresa está calculada atualmente em cerca de R$3 bilhões. Em meados do ano passado, a Ricardo Eletro tinha à venda em seu site 3 mil produtos, enquanto agora esse número chega a 10 mil. O e-commerce da empresa recebe hoje 25 mil visitas mensais.