O governo Jair Bolsonaro vai liberar o preço máximo de venda do Zolgensma, medicamento usado em crianças com atrofia muscular espinhal (AME) – composto considerado o tratamento mais caro do mundo.

Ainda não existe uma definição de preços nem de quando esse aumento será realizado, mas uma ata da reunião de ministros do conselho da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMAD), feita em 2 de janeiro e obtida pela Folha de SP, aponta que o valor pode subir de R$ 2,9 milhões para R$ 6,5 milhões.

Integram o conselho do CMED os ministros da Justiça (Anderson Torres), Economia (Paulo Guedes) e Saúde (Marcelo Queiroga).

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O produto não existe no Brasil, nem consta na lista de remédios disponíveis no SUS, fazendo com que as famílias que necessitam do tratamento tenham acesso somente por medidas judiciais.

A AME é uma doença rara que causa fraqueza, hipotonia, atrofia e paralisia muscular progressiva, podendo levar à morte. Isso acontece por uma alteração do gene responsável por codificar a proteína necessária para o desenvolvimento dos músculos.

O Ministério da Saúde afirma que já custeou 75 entregas do zolgensma, um total de R$ 715,7 milhões gastos. Agora, com a mudança no teto do preço, o governo espera negociar uma incorporação do remédio ao SUS, barateando sua importação.

A mudança também torna o teto mais próximo do valor de mercado que a Novartis, empresa que fabrica o remédio, cobra no mercado. Ainda assim, o preço estipulado pelo governo brasileiro está longe dos R$ 9,7 milhões pedidos pela companhia.