O seu banco está lançando uma plataforma para negociação de commodities. Como nasceu?
Sim. Isso vem desde 2004. Os antigos controladores do banco compraram as operações de uma empresa de trading e mantiveram o negócio. Era uma boa operação, tinha um tamanho razoável e era rentável, mas não tinha muita relevância nas operações do grupo financeiro como um todo. Quando a nova gestão assumiu, decidimos que esse seria um vetor estratégico no crescimento do banco. E ampliamos as operações com café tipo arábico.

Como vocês fazem essas operações com café?
O grupo possui uma empresa não financeira, que pode negociar café fisicamente, algo que o banco não pode fazer. Então, se um cliente tem café, essa empresa adquire o grão e financia o cliente. Por exemplo, em um momento em que os preços estão favoráveis, o cliente pode vender o café e garantir esses preços. Nós facilitamos a vida do cliente permitindo que ele negocie com uma moeda que conhece, a saca de café.

Qual o tamanho dessa atividade?
Temos um volume importante no mercado, perto de 1,5 milhão de sacas. Isso representa 2,5% da produção brasileira. Se não considerarmos o café conilon, é 4% da produção. Negociamos R$ 1 bilhão em 2021, com 1,4 milhão de sacas de todos os produtos. Neste ano devemos operar um volume um pouco maior do que no ano passado, chegando a 1,8 milhão de sacas. Porém, o volume financeiro deverá ser menor, porque estamos montando operações de prazos mais curtos.

Vocês pretendem ampliar esse negócio para outros produtos?
Sim. Estamos diversificando para contratos de milho e de boi gordo, além do café conilon. Não pretendemos ingressar no mercado de soja.

O Voiter nasceu do Indusval. Como está a situação hoje?
Sim. O Indusval trocou de controlador em 2019. Agora o principal acionista é o Roberto de Rezende Barbosa, um empresário ligado ao agronegócio e ao sistema financeiro. O objetivo é nos posicionarmos como um banco de atacado digital, o que permitirá escalar nossas atividades.

NOTAS

EMPIRICUS ABRE RESERVAS PARA FUNDO DE VINHOS

A Empiricus Investimentos informou na terça-feira (23) que abriu o período de reservas para o Empiricus Oeno Vinhos Finos FIM IE, fundo de investimentos que busca obter ganhos no mercado de vinhos de luxo. A data limite para as reservas é dia 23 de setembro. “O aporte inicial é de R$ 50 mil e o produto é destinado exclusivamente para investidores profissionais”, afirmou a empresa. O produto foi estruturado pela Empiricus Investimentos em parceria com a Oeno Asset.

TRÍGONO ESTUDA NOVA CAPTAÇÃO PARA SMALL CAP

A Trígono Capital informou na terça-feira (23) que está estudando reabrir seu fundo de investimentos focado em small caps, o Trígono Flagship Small Caps, fechado para captações desde março de 2020. “A expectativa é de que ele seja reaberto nas principais plataformas como BTG Pactual, Órama e Genial”, afirmou a empresa. As captações vão ficar abertas somente até 1º de novembro ou até o fundo arrecadar R$ 200 milhões. A aplicação mínima, ainda não definida, poderá ser de R$ 50.

MERCURIUS CRIA GESTORA FOCADA EM CRIPTOMOEDAS

A Mercurius Crypto, corretora de criptomoedas, informou na segunda-feira (22) que abriu a Mercurius Asset, sua gestora focada em fundos de criptoativos. Os administradores do fundo farão uma seleção diversa, com ativos de base fundamentalista, estratégias com proteção de carteira contra grandes quedas (hedge), além de fundos alavancados. A expectativa para os próximos 12 meses é alcançar a marca de R$ 500 milhões sob gestão e aproximadamente 10 mil cotistas.

EM ALTA
33,7%

Foi a alta dos lucros das empresas do setor de alimentos processados com capital aberto na Bolsa de Valores, segundo levantamento divulgado pela TradeMap na terça-feira (23). O segmento lucrou R$ 2,2 bilhões a mais que no mesmo período do ano passado. Todavia, somando o resultado de todas as empresas de capital aberto, o lucro líquido geral recuou 22,3%, de R$ 194,3 bilhões para R$ 151 bilhões. O segmento com o pior resultado foi o de serviços educacionais. Em 2021 o lucro foi de R$ 71,2 milhões. Em 2022, o prejuízo foi de R$ 304,9 milhões.

EM BAIXA
8,2 pontos 

Foi o recuo do Índice de Clima Econômico (ICE) do Brasil na comparação entre o segundo e o terceiro trimestres de 2022, segundo pesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgada na terça-feira (23). “O resultado não foi bom por causa da expressiva piora das expectativas”, informou o estudo. Os números fazem parte da pesquisa levantada por toda a América Latina. Na região, o indicador caiu 12,6 pontos para 54,7 pontos. O pior país é o Uruguai, com queda de 27 pontos. Já o Paraguai lidera com alta de 9,9 pontos.