São Paulo, 15 – As exportações brasileiras de café solúvel atingiram o equivalente a 324.265 sacas de 60 kg em abril, apresentando crescimento de 28,7% em comparação com as 251.994 sacas registradas em igual mês do ano passado. Em receita, o avanço é de 42% na mesma comparação, com os ingressos saltando de US$ 42,3 milhões para os atuais US$ 60 milhões.

Os dados são da Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics), que destaca que o setor é o único da cafeicultura nacional a apresentar desempenho positivo no primeiro quadrimestre de 2023.

+ Indústria brasileira responde por 17,6% da exportação brasileira, diz Abia

+ Alta tecnologia perde espaço na pauta de exportação brasileira

No acumulado do primeiro quadrimestre deste ano, o Brasil remeteu 1,239 milhão de sacas do produto ao exterior, volume que implica alta de 0,8% na comparação com 1,229 milhão de sacas exportadas de janeiro ao fim de abril de 2022. Os embarques renderam US$ 229,3 milhões nesses quatro meses, avançando 12,3% sobre os US$ 204,1 milhões aferidos em idêntico intervalo antecedente.

O diretor de Relações Institucionais da Abics, Aguinaldo Lima, disse em comunicado que o café solúvel é o único segmento que tem desempenho positivo, até o momento, em 2023, uma vez que os cafés em grão – arábica e canéfora (robusta + conilon) – e o torrado e torrado e moído acumulam declínio no acumulado do ano.

Conforme Lima, “apesar de a guerra ter reduzido em 77% os envios do produto para a Rússia e também para a Ucrânia, as indústrias brasileiras de café solúvel ampliaram seus esforços e negócios em outras nações, com destaque para um avanço de 2.413% nos envios para o México, que importou cerca de 17 mil sacas até abril; de 998,7% para Finlândia, terceiro principal destino até agora; e de 721,2% ao Equador, que adquiriu aproximadamente 25 mil sacas”.

No acumulado do primeiro quadrimestre de 2023, os Estados Unidos encabeçam o ranking dos principais parceiros comerciais do café solúvel do Brasil, com a importação de 274.542 sacas, montante 16,9% superior ao registrado entre janeiro e o fim de abril do ano passado. Fechando o top 5, vêm Argentina, com 156.914 sacas (+86,4%); Finlândia, com 87.818 sacas; Japão, com 60.502 sacas (-15,8%); e Polônia, com 55.126 sacas (+11%).

Mercado interno

O consumo de café solúvel no Brasil continua em expansão e apresenta avanço de 3,9% no acumulado de janeiro a abril deste ano. No período, os brasileiros consumiram o equivalente a 296.696 sacas de 60 kg, acima das 285.478 sacas registradas nos quatro primeiros meses do ano passado, conforme os dados da Abics.

“Esse desempenho resulta de investimentos feitos pelas fábricas no Brasil em novas plantas fabris e no desenvolvimento de produtos cada vez mais voltados à qualidade, potencializando as características sensoriais e a diversidade de produtos ao consumidor final”, analisa Lima.

A evolução qualitativa e a ampliação do leque de opções se evidencia quando se observa que, em meio ao avanço do consumo interno, as importações de cafés instantâneos recuaram. De janeiro a abril, as aquisições brasileiras do produto do exterior somam 7.107 sacas, o que representa uma redução de 29% frente às 10.015 sacas registradas no primeiro quadrimestre de 2022.