SÃO PAULO (Reuters) – A confiança da indústria no Brasil recuou com força em novembro e foi ao menor patamar em quase dois anos e meio, em meio à piora do sentimento tanto da situação atual quanto futura, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta segunda-feira.

O Índice de Confiança da Indústria (ICI) caiu 3,6 pontos na comparação com o mês anterior, indo a 92,1 pontos, o pior resultado desde julho de 2020. Foi a terceira queda seguida do indicador.

“Há deterioração das percepções sobre a situação atual decorrente de uma piora da demanda e consequente aumento do nível de estoques, o maior desde o período de lockdown”, explicou o economista do FGV IBRE Stéfano Pacini, em nota.

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“Além disso, observa-se uma piora das expectativas para os próximos meses, possivelmente relacionada a uma desaceleração global prevista e um cenário econômico brasileiro de incertezas para o início do próximo ano”, completou.

O Índice de Situação Atual (ISA), que mede o sentimento dos empresários sobre o momento presente do setor industrial, recuou 4,6 pontos, para 91,8 pontos, segundo a FGV.

O Índice de Expectativas (IE), indicador da percepção sobre os próximos meses, caiu 2,4 pontos, para 92,6 pontos.

Ambos foram em novembro ao menor nível desde julho de 2020, período crítico de lockdown no Brasil devido à pandemia de coronavírus.

Em setembro, a produção industrial brasileira voltou a cair, com queda de 0,7%, e encerrou o terceiro trimestre com perda de ritmo, em um segundo semestre marcado por dificuldades em meio a condições de crédito mais apertadas, segundo dados do IBGE.

(Por Camila Moreira)

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