A China está “profundamente preocupada” com os conflitos na Ucrânia, que estão “escalando e até ficando fora de controle”, disse o ministro das Relações Exteriores, Qin Gang, em Pequim nesta terça-feira (21).

Tendo isso em vista, o país vai buscar “trabalhar com a comunidade internacional para promover o diálogo e as consultas, responder às preocupações dos envolvidos e buscar uma segurança comum”, discursou o ministro em uma conferência de segurança global.

Às vésperas do aniversário de um ano da invasão russa na Ucrânia, em 24 de fevereiro, Qin comunicou que a China vai “continuar promovendo negociações de paz”.

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“Pedimos aos países envolvidos que parem de alimentar o fogo o mais rápido possível, parem de culpar a China”, disse o ministro, respondendo às declarações de Washington e da Europa de que Pequim pode estar considerando enviar armas a Moscou.

No último sábado (18), o diplomata chinês Wang Yi disse na Conferência de Segurança de Munique que Pequim rejeita ataques a usinas nucleares, se opõe ao uso de armas bioquímicas e está pronta para trabalhar “com todas as partes”.

O país mais populoso do planeta anunciou que apresentará, ainda nesta semana, uma proposta para buscar uma “solução política” à crise na Ucrânia.

“Linha vermelha”

O ministro chinês tem uma visita programada à Moscou nesta terça-feira, a última de uma viagem ao continente europeu que passou por França, Itália, Hungria e Alemanha.

O Kremlin disse na segunda-feira (20) que o diplomata poderia se reunir com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, de acordo com a agência TASS.

Sua passagem pela Europa ocorre após a denúncia do secretário de Estado americano, Antony Blinken, de que a China poderia estar “considerando fornecer apoio letal” a Moscou, incluindo “tudo, de munição a armas”.

O chefe diplomático da União Europeia, Josep Borrell, também alertou Wang que qualquer apoio material à ofensiva russa seria uma “linha vermelha em nossa relação”.

“Ele me disse que eles não vão fazer isso, que não pensam em fazer isso. Mas estaremos atentos”, disse Borrell à imprensa na segunda-feira, antes de uma reunião de ministros das Relações Exteriores da UE em Bruxelas.

Pequim, por sua vez, rejeitou as acusações no mesmo dia e denunciou Washington por “espalhar informações falsas”.

“São os Estados Unidos, e não a China, que constantemente enviam armas ao campo de batalha”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin.