“Poderíamos mudar para uma semana de quatro dias facilmente”. A fala é de Christopher Pissarides, vencedor do Prêmio Nobel de Economia, que acredita que um certo ícone possa favorecer o descanso dos funcionários, assim como revolucionar o mundo do trabalho: o ChatGPT. 

“Eles (chatbots) podem tirar da frente muitas coisas chatas que fazemos no trabalho e deixar apenas as coisas interessantes para os seres humanos. A transição para os trabalhadores será menos dolorosa com a adoção mais lenta pelas empresas, apesar da tecnologia ‘se mover rapidamente’”, declarou durante conferência em Glasgow, na Escócia. 

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Porém, ele acrescentou que ainda falta um bom tempo para que as inteligências artificiais tenham impacto real, já que é preciso adaptação das pessoas. “O que você precisa neste ajuste é basicamente de upskilling (desenvolvimento de habilidades, competências e conhecimento)”, completa. 

Segundo avaliação da Bloomberg, as declarações se referem ao recente relatório do Goldman Sachs sobre a previsão de que 300 milhões de empregos em tempo integral em todo o mundo podem ser automatizados por conta de ferramentas como o ChatGPT. 

Em entrevista para o Estadão, o economista José Pastore, professor da FEA-USP e presidente do Conselho de Emprego e Relações de Trabalho da FecomercioSP, declarou que a ferramenta de IA pode gerar empregos a longo prazo.

“Essa ferramenta tem uma facilidade incrível, ela avança muito. Mesmo que você não confie totalmente na resposta, ele dá uma base a partir da qual você pode explorar, dá uma adiantada muito grande. Então, é bem provável que isso aí vá reduzir o tempo das pessoas que ficam hoje em dia no computador pesquisando um site aqui, outro site lá, uma biblioteca aqui, uma biblioteca lá… E, reduzindo o tempo, vai reduzir a demanda por essas pessoas também. Mas o que a gente sabe é que as tecnologias, quando destroem, elas também criam novos empregos”, disse.