Qual o perfil do banco?
Somos basicamente um private bank com perfil de butique. Isso quer dizer que pensamos em soluções customizadas para nossos clientes. Começamos como um escritório de administração de fortunas, fizemos algumas fusões e, em 2019, recebemos uma injeção de capital do Andbank. É um banco de Andorra, com 92 anos de história, e especializado na gestão de fortunas.

E qual seu diferencial com os demais private banks que atuam no Brasil?
Somos o maior private bank independente da Espanha. E estamos em mais dez países,
o Brasil entre eles. Posso falar da nossa estratégia no mercado brasileiro. Aqui há vários private banks nacionais e internacionais. Nosso diferencial é nossa tecnologia, pois ela nos permite desenvolver soluções específicas para os nossos clientes.

Dê um exemplo.
Por exemplo, durante a pandemia muitos de nossos clientes, que são empresários, tiveram problemas de liquidez. Não na pessoa física, mas nas empresas, pois muitas linhas de crédito simplesmente foram cortadas. Esse foi um momento em que conseguimos montar várias operações de financiamento usando as garantias que esses clientes dispunham no momento.

Isso vai aumentar?
Sim. Fechamos uma parceria com a fintech Creditas, que se especializou em conceder crédito para pessoas físicas garantido por ativos reais. Pelo acordo, cedemos à Creditas nossa licença junto ao Banco Central para operar crédito. Com isso, eles vão financiar quem precisar de empréstimos mais estruturados. Continuamos atendendo as necessidades de nossos clientes e vamos tornar nosso balanço mais leve.

E na parte de investimentos?
Nossos clientes nos procuram para montar estratégias de preservação e crescimento sustentável do patrimônio. Nosso trabalho é encontrar as melhores oportunidades para alocar capital. E, apesar da alta dos juros no mercado internacional, continuamos confiantes em ativos mais alternativos
e ilíquidos.

Por quê?
Eles proporcionam rentabilidades melhores no longo prazo. Atualmente, os juros pelo CDI estão ao redor de 14% ao ano, para uma inflação que deve encerrar 2022 a 7%. Em um cálculo simplificado, são quase 7% de juro real ao ano para um título público, que não tem risco de crédito. Isso não é sustentável.

Qual seria o juro correto?
Penso que uma taxa real ‘normal’ para o Brasil seria de 4% ao ano. Nesse cenário, qualquer alocação eficiente de recursos teria de conter uma parcela em ativos com rentabilidade acima da média e um bom perfil de risco. Isso se consegue com ativos de menor liquidez.

NOTAS 

SANTANDER TEM R$ 2,5 BI EM INFRAESTRUTURA

Os fundos de infraestrutura da Santander Asset Management atingiram o recorde de R$ 2,5 bilhões em patrimônio líquido em agosto. Voltadas ao público em geral, as carteiras foram criadas em 2019. O fundo Infraestrutura Inflação Crédito Privado acumula, de janeiro a agosto deste ano, ganho de 4,72%. Esses fundos são isentos de imposto para a pessoa física. A gestora do Santander tem R$ 300 bilhões em ativos.

PRINZ LEVANTA R$ 60 MILHÕES EM TRÊS MESES

O fundo de ações da gestora Prinz captou R$ 60 milhões em seus três primeiros meses. Esse produto tem um perfil menos arriscado, pois busca rendimentos investindo em ativos cujos preços apresentam menor volatilidade. A seleção é feita com base em modelos fatoriais. As principais apostas dos gestores foram em ações de empresas de energia elétrica, saneamento, mineração e siderurgia.

INDÚSTRIA CAPTA R$ 6,6 BI ENTRE 22 E 26 DE AGOSTO

Os fundos de investimento registraram captação líquida positiva em R$ 6,6 bilhões entre 22 e 26 de agosto. Nesse período, as aplicações foram de R$ 184,9 bilhões e os resgates foram de R$ 178,3 bilhões. A maior captação foi dos Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (Fidc), que receberam R$ 9 bilhões. Já os fundos multimercados e os fundos de ações registraram resgates líquidos de, respectivamente, R$ 4,8 bilhões e R$ 1,1 bilhão.

EM LATA
26%

Foi a alta do preço dos ovos na comparação em 12 meses até julho, mostram dados divulgados pela Scanntech nesta quarta-feira (14). As vendas do produto cresceram 6% no mês. O valor das carnes e frutos do mar subiu 10%, mas as vendas do segmento recuaram 22%. No geral, os preços dos alimentos derivados de proteína animal aumentaram 16% em julho e também no acumulado de 2022. O consumo de ovos cresceu 2 pontos percentuais, de 31% para 33%.

EM BAIXA
0,62 

Foi a queda, em ponto percentual, do IPCA projetado pelo Banco Central no boletim Focus de segunda-feira (12). A expectativa do mercado quatro semanas antes era que o IPCA terminaria 2022 em 7,02%, mas as projeções foram reduzidas para 6,40%, segundo a autarquia. Já a estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) é de crescimento de 2,39% ante 2% de quatro semanas atrás. Segundo o Focus, o dólar pode terminar o ano a R$ 5,20 e a taxa referencial de juros Selic deve finalizar o ano em 13,75%.